Já
que hoje é o Dia Mundial Sem Tabaco, vamos falar um pouquinho sobre o tabagismo
passivo. Nossa atenção principal será às crianças e aos adolescentes expostos ao
cigarro de seus familiares.
Primeiramente, vamos entender como a fumaça do cigarro faz mal às
pessoas que a respiram, seja fumando ou estando perto de alguém que fuma. A
fumaça lesa a parede da via aérea, causando não só inflamação no local, mas
também diminuição da atividade dos cílios, que são responsáveis pela higiene da
via aérea. Isso causa o aumento da produção de muco (secreção) e sintomas como
tosse, podendo até mesmo desencadear crise de asma em crianças asmáticas. A
exposição à fumaça do cigarro aumenta, ainda, o risco de desenvolver otite e
sinusite devido ao acúmulo de secreção.

Muitas vezes, crianças com chiado no peito são submetidas a infinitos
tratamentos sem sucesso, sem que nos lembremos do tabagismo passivo. Assim,
devemos sempre atentar para essa condição como uma possível causa de insucesso
no tratamento.
Então, vamos fazer o que com o pai ou a mãe que fuma? Jogar para fora de
casa? Óbvio que não. O tabagismo é, hoje, considerado uma doença, merecendo
tratamento assim como a asma, a hipertensão, o diabetes, etc. Dessa forma, não
devemos julgar e culpar o familiar tabagista, e sim oferecer ajuda para
procurar tratamento. Dispomos tanto de diversas técnicas comportamentais quanto
de diferentes medicamentos que podem auxiliar o indivíduo a parar de
fumar.
Como pneumologista pediátrica, aproveito o dia de hoje para fazer o
seguinte pedido: mantenha seu filho longe da fumaça de cigarro. Se você ou
algum familiar próximo é tabagista, procure tratamento com um pneumologista de
adulto, a saúde de seu filho agradece!
Ficou com alguma dúvida ou quer comentar sobre o assunto? Deixa um recado para nós!