terça-feira, 31 de maio de 2016

Por que a fumaça do cigarro faz mal para seu filho?

Já que hoje é o Dia Mundial Sem Tabaco, vamos falar um pouquinho sobre o tabagismo passivo. Nossa atenção principal será às crianças e aos adolescentes expostos ao cigarro de seus familiares.
Primeiramente, vamos entender como a fumaça do cigarro faz mal às pessoas que a respiram, seja fumando ou estando perto de alguém que fuma. A fumaça lesa a parede da via aérea, causando não só inflamação no local, mas também diminuição da atividade dos cílios, que são responsáveis pela higiene da via aérea. Isso causa o aumento da produção de muco (secreção) e sintomas como tosse, podendo até mesmo desencadear crise de asma em crianças asmáticas. A exposição à fumaça do cigarro aumenta, ainda, o risco de desenvolver otite e sinusite devido ao acúmulo de secreção.
Se a criança não fuma, por que o cigarro faz mal para ela? Porque ela inala a fumaça das pessoas que estão fumando a sua volta. Vale lembrar que essa fumaça que sai do cigarro não passa pelo filtro do cigarro, contribuindo ainda mais para sua toxicidade. Muitos familiares tabagistas que possuem crianças pequenas tentam não fumar perto delas. Isso ameniza, mas não isenta o dano, pois a fumaça fica impregnada nas roupas e no cabelo de quem fuma. Além disso, a pessoa segue exalando conteúdos tóxicos do cigarro até várias horas após fumar. 
Muitas vezes, crianças com chiado no peito são submetidas a infinitos tratamentos sem sucesso, sem que nos lembremos do tabagismo passivo. Assim, devemos sempre atentar para essa condição como uma possível causa de insucesso no tratamento.
Então, vamos fazer o que com o pai ou a mãe que fuma? Jogar para fora de casa? Óbvio que não. O tabagismo é, hoje, considerado uma doença, merecendo tratamento assim como a asma, a hipertensão, o diabetes, etc. Dessa forma, não devemos julgar e culpar o familiar tabagista, e sim oferecer ajuda para procurar tratamento. Dispomos tanto de diversas técnicas comportamentais quanto de diferentes medicamentos que podem auxiliar o indivíduo a parar de fumar. 


Como pneumologista pediátrica, aproveito o dia de hoje para fazer o seguinte pedido: mantenha seu filho longe da fumaça de cigarro. Se você ou algum familiar próximo é tabagista, procure tratamento com um pneumologista de adulto, a saúde de seu filho agradece! 
Ficou com alguma dúvida ou quer comentar sobre o assunto? Deixa um recado para nós!

domingo, 8 de maio de 2016

A Importância das Mães no Tratamento dos Filhos

É de extrema importância que a mãe apresente domínio sobre a doença e tratamento de seu filho. Seja a “mãe vó”, a “mãe pai”, a “mãe dinda” ou qualquer outra pessoa responsável pela criança.
 O primeiro passo é entender o que está acontecendo com a criança, qual o nome da doença que ela possui e o que isso significa. Se está tomando algum remédio, para que ele serve? O que esperamos que melhore com seu uso?  Perguntas simples como estas muitas vezes não estão bem claras para as mães.
O segundo passo é saber com utilizar as medicações. De nada adianta entender a doença, saber o tratamento necessário, mas não saber como o realizar. Na área da pneumologia pediátrica, merece destaque a técnica inalatória. Muitos medicamentos são administrados por esta via e, se for feito de maneira inadequada, o tratamento pode ser muito prejudicado.
O terceiro passo refere-se à regularidade com que a medicação é feita. Para remédios que são usados duas vezes ao dia, costumo orientar as mães a deixarem a medicação ao lado da escova de dentes da criança e sempre fazer antes de escovar os dentes pela manhã e à noite. É mais fácil incorporar uma rotina à uma já existente do que criar uma nova.
O quarto passo consiste em seguir educando a criança, impondo limites. Principalmente quando a criança possui uma doença mais grave ou que implica em internações, é comum que os pais queiram compensar o sofrimento dos filhos dando-lhes muitas regalias. Dar limites, ensinar o que é certo e o que é errado, estipular hora para dormir, ensinar a alimentar-se de maneira saudável, mostrar como tratar os outros com educação, tudo isso continua sendo muito importante para seu filho, mesmo que ele tenha alguma doença grave.
O quinto passo é dar amor e atenção, pois estes são a base para a criança crescer sentindo-se amada e ser capaz de amar os outros.
Vamos aproveitar o dia de hoje para refletir sobre nosso entendimento sobre a doença e tratamento de nossos filhos. Anote suas dúvidas e pergunte ao seu pneumologista pediátrico na próxima consulta, ele ficará feliz em ajuda-la.
Um feliz dia das mães a todos!

Ficou com alguma dúvida ou gostaria de comentar algo? Deixa um recado para nós.