No post de hoje vamos entender o mistério
das famosas "bombinhas".
O tratamento da asma é baseado,
principalmente, em medicamentos que são administrados por via inalatória, em
diferentes dispositivos, sendo o mais conhecido o spray (a tal bombinha). Mas
por que inalatório e não via oral, doutora? Simples, quando tratamos asma, o
que queremos é que o remédio atinja o pulmão e que a menor quantidade possível
vá até a corrente sanguínea. Se tomassemos os medicamentos por via oral (pela
boca), eles primeiro teriam que passar pelo sangue para então chegar até os
pulmões, aumentando muito os efeitos adversos (aqueles indesejados). Dessa
forma, administrar medicamentos para asma por via inalatória é muito menos
danoso ao seu filho do que se fosse administrado o mesmo remédio por via
oral.
Segundo ponto, existe mais de um tipo de bombinha. Podemos
dividir em dois grandes grupos: o spray utilizado durante as crises de asma e o
spray utilizado para prevencão (aquele que seu filho usa todos os dias com
indicação médica). Nesse posto vamos falar sobre o salbutamol, o spray
utilizado nas crises. Essa substância apresenta o poder de dilatar os brônquios
que estão "fechados" durante crise de asma, aliviando a falta
de ar. Este medicamento apresenta como efeito adverso mais conhecido a
taquicardia (acelerar o coração). Aí que mora um dos maiores temores das
mamães... Então vamos acabar com esse bicho-papão de uma vez por todas! Quando
seu filho corre, não acelera o coração também? E quando ele fica bravo e se
agita? Acelera também, não? E acontece algo com ele? O mesmo ocorre quando seu
filho usa salbutamol e o coração acelera um pouco. Na verdade, o aumento da
frequência cardíaca que ocorre com o uso do medicamento muitas vezes é até
menor do que quando a criança corre. "Está bem Dra., mas e foi testado
cientificamente esse remédio?". A resposta é sim, o salbutamol é um
medicamento considerado seguro e existem diversos trabalhos científicos respaldando
esta resposta "Ok, entendi, é seguro, mas vicia, né?" Não, não vicia.
O salbutamol não apresenta essa propriedade de causar dependência. O que ocorre
é que quem é asmático muitas vezes apresenta uma nova crise e precisa usar
novamente o salbutamol para o adequado controle, entretanto isso iria acontecer
quer a criança use ou não o salbutamol na crise anterior. Dessa forma, o
perigoso é não usar o spray na hora da crise e deixar os brônquios fechados.
Agora que já sabemos que a principal via
para tratamento da asma é a inalatória, que o spray não vicia e que o coração
acelerar um pouquinho não faz mal à saude das crianças, vamos usar a
nossa preocupação para identificar e tratar as crises adequadamente!
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